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História 1 - No tempo d'O Cruzeiro


Camdomblé - José Medeiros - 1951

A imprensa brasileira começa a introduzir a fotografia na narrativa jornalística lá pela década de 1940 com a consolidação da revista O Cruzeiro. Uma tupiniquim "concorrente" da Life, na valorização do jornalismo fotográfico. Entre as décadas de 1940 e 1970 algumas publicações nacionais destacaram-se por igualar a importância da imagem fotográfica aos textos, em grandes reportagens e manchetes de primeira página. O Cruzeiro e Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, a revista Realidade e o Jornal da Tarde, em São Paulo, marcaram uma época de intensa produção de um fotojornalismo mais valorizado e de grande impacto em gerações de fotógrafos jornalistas.

O Cruzeiro que começou a ser editada em 1928, por Assis Chateaubriand, mas só em 1943 passa por uma grande transformação com a contratação do fotógrafo Jean Manzon, para uma reestruturação gráfica da revista. Isso fará surgir a primeira revista a desenvolver grandes reportagens fotográficas na imprensa brasileira. Inspirada, principalmente, na revista Life que, então, há quase uma década, elevava o nível da Fotografia de ilustração moderna à narrativa jornalística, na imprensa norte-americana. Fotógrafos como Robert Capa, Eugene Smith, Cartier Bresson, Margaret Bourke-White e outros, com extensas reportagens publicadas na Life, influenciavam significativamente o trabalho de diversos profissionais que trabalharam n'O Cruzeiro.

Fotógrafos como José Medeiros, Henri Ballot, Eugênio Silva, Indalécio Wanderley, Flavio Dann, Jean Solari, Pierre Verger e outros são alguns dos primeiros profissionais, no Brasil, a ter espaço e condições para produzir Fotojornalismo.

Em O Cruzeiro sucedem-se reportagens que procuraram expor amplamente a realidade e a variedade do povo brasileiro.

As capas d'O Cruzeiro eram sempre com uma atriz hollywoodiana até que o Barreto trouxe uma foto, que fez na Bahia, durante as filmagens de Barravento, de Glauber Rocha. Era a atriz Luiza Maranhão, negra, junto com a atriz Helena Inez, loiríssima e a sugeriu pra capa. Depois de algum burburinho na redação o Leon Odin, convencido, concordou e essa foi a primeira capa com atriz brasileira, n'O Cruzeiro.

A criação da agencia Magnun de fotógrafos, em Paris, em 1947 contribuí, também, para a construção de um fotojornalismo atuante que irá influenciar inúmeros fotógrafos brasileiros nas décadas seguintes e será capaz de criar uma legião de leitores interessados na linguagem visual.

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