top of page

O duplo olhar do fotojornalista

Para identificar a informação na foto:

Todo registro fotográfico contém uma leitura do objeto fotografado que se traduz para o leitor numa figuração da realidade. Isso vale para toda e qualquer vez que se dispara uma máquina fotográfica, independente da eficácia dessa representação para cada indivíduo leitor.

Então o que difere o fotojornalismo como linguagem?

Sensibilidade e conhecimento devem andar de mãos dadas nessa tarefa.

A função principal do fotojornalista (na verdade no jornalismo como um todo) é conhecer o mais profundamente possível o assunto e o fato que está incumbido de cobrir e registrar para ser mais eficiente na leitura da informação. Cabe a quem produz informação, na forma de imagem, principalmente, ajudar o leitor a entender não só o que acontece no momento do fato, mas principalmente de onde ele se originou e quais os conflitos (ou até a ausência deles) levaram a desembocar naquilo ali.

Nessa tarefa é fundamental o LER e OUVIR, de forma AMPLA e CURIOSA, a HISTÓRIA contida em cada situação a ser documentada. É desse conhecimento que nascem as condições para uma leitura eficaz e justa da realidade. Vivemos um momento, na história humana, de saturação na quantidade de visualização de imagens, que nos obriga a distinguir o fotojornalismo de outras formas de transformar a imagem em informação. Ao fotojornalista cabe produzir uma informação que além de representar o seu ponto de vista, apresenta uma realidade da qual o leitor não se esquiva.

Trotsky discursa em Copenhage - Robert Capa - 1932

Leon Trotsky em uma palestra na Dinamarca, sobre a história da Revolução Russa. Esta foto de Trotsky foi a primeira publicação de Robert Capa. 27 de Novembro de 1932 - Copenhague.

Antes ter um modelo de imagem na cabeça, o fotojornalista precisa conhecer aquilo que vai virar informação e os impactos desse conhecimento na sociedade.

Para usar a técnica no seu relato visual

Quem faz a fotografia não é o equipamento fotográfico, mas conhecer o seu, saber os limites dele e os resultados de suas configurações é essencial para chegar aos melhores resultados nesta eficiência.

Embora se tenha uma gama bastante variada de maneiras de configurar máquinas fotográficas e câmeras de celular uma coisa é comum a todos os aparelhos: o visor. Tem formato definido e é o limite onde nossa informação será conteúdo.

Pela natureza do curso ser acessível mesmo a quem não tem um equipamento com funções manuais, vamos trabalhar em cima das condições visuais para a elaboração de imagens com significado histórico e social.

Nessas condições vamos destacar os três aspectos mais básicos na composição da imagem.

Os limites do enquadramento, a divisão por áreas de terços e a convergência ou divergência das linhas e massas dentro da composição

A atenção às 4 linhas que delimitam o enquadramento é essencial tanto para evitar (ou minimizar) ruídos que interferem na leitura do assunto principal quanto para ter certeza da inclusão dos elementos que reforçam as características do que é registrado.

Na divisão em terços da área do enquadramento enfatiza-se não só a dinâmica da leitura como as importâncias hierárquicas dos assuntos (objetos) documentados. Como se lê um texto, na cultura ocidental, da esquerda para a direita, de cima para baixo, é nesse mesmo ritmo e direção que observamos o conteúdo de uma imagem.

A perspectiva em uma imagem é construída a partir da linhas convergentes e da comparação de massas entre o primeiro e o segundo plano.

É baseado na harmonização ou conflito desses elementos que construímos a informação que queremos transmitir.

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Flickr Social Icon
  • Facebook Basic Square
bottom of page